Eduardo Kattah - O Estado de S. Paulo
Em Mariana, cidade histórica mineira a 115 quilômetros de Belo Horizonte, moradores também se mobilizam para tentar barrar a reabertura da Mina Del Rey, arrendada pela Vale. O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou inquérito após representação da comunidade. Famílias que vivem próximas à área de mineração temem que a exploração ameace o conjunto histórico e os mananciais do município. A Vale também enfrenta resistência no licenciamento ambiental do projeto Apolo, orçado em R$ 4 bilhões, nos municípios de Caeté, Santa Bárbara, Raposos e Rio Acima. O projeto prevê uma extração de 24 milhões de toneladas de minério de ferro a partir de 2014. Mas só deve avançar com a criação do Parque Nacional das Águas do Gandarela, na Serra do Gandarela. A reserva de minério de ferro é de cerca de 600 bilhões de toneladas.
Conforme a Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda), a Serra do Gandarela faz parte de um conjunto montanhoso que integra o complexo do Espinhaço, área de extrema relevância ambiental, declarada reserva natural da biosfera pela Unesco.
Segundo a mineradora, trata-se de uma operação com baixo impacto ambiental. Sobre o Projeto Apolo, afirma que o empreendimento "está em fase de licenciamento, seguindo rigorosamente os trâmites legais".
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110711/not_imp743226,0.php
(Os grifos não constam da matéria original, foram acrescentados pelo blog)
Observação do blog: Veja que a Vale continua dizendo a mesma coisa há semanas: "baixo impacto". Mas não dá detalhes, não dá números, não faz estimativas, não abre o jogo. Uma política-de-comunicação-de-avestruz. Se o impacto será "baixo", por que uma atitude tão esquiva? A própria empresa contribui, assim, para que surjam e corram boatos de toda ordem, e que ela não parece estar disposta a desfazer. A imprensa nacional já descobriu que Mariana defende seu direito ao bem-viver. Só a Vale não.
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