A
montanha pulverizada
Chego
à sacada e vejo a minha serra,
a
serra de meu pai e meu avô,
de
todos os Andrades que passaram
e
passarão, a serra que não passa.
Era
coisa dos índios e a tomamos
para
enfeitar e presidir a vida
neste
vale soturno onde a riqueza
maior
é sua vista e contemplá-la
De
longe nos revela o perfil grave.
A
cada volta de caminho aponta
uma
forma de ser, em ferro, eterna,
e
sopra eternidade na fluência.
Esta
manhã acordo e
não
a encontro. Britada em bilhões de
lascas
deslizando em correia transportadora
entupindo
150 vagões
no
trem-monstro de 5 locomotivas
-
o trem maior do mundo, tomem nota -
foge
minha serra, vai
deixando
no meu corpo e na paisagem
mísero
pó de ferro e este não passa.
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